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Cuidados Paliativos: Quais pacientes se beneficiam desses cuidados?

  • Foto do escritor: Gizela Kelmann
    Gizela Kelmann
  • 30 de mai. de 2022
  • 2 min de leitura

Todo avanço tecnológico da medicina alcançado principalmente a partir da segunda metade do século XX, associado ao desenvolvimento da terapêutica, fez com que muitas doenças mortais se transformassem em doenças crônicas fora de possibilidade de cura, esses pacientes passam muitos anos convivendo com essas doenças crônicas e progressivas (ex: insuficiência cardíaca, enfisema pulmonar, insuficiência hepática, neoplasias, doenças neurodegenerativas como Alzheimer, Acidente vascular encefálico, Parkinson , HIV) que trazem muitos desconfortos: físicos, como dores e falta de ar, incapacidades e perda de funcionalidade, sintomas psíquicos, que podem causar depressão ansiedade logo no momento do diagnóstico, problemas sociais ( diminuição das relações sociais e profissionais) e espirituais.


Definição de Cuidados Paliativos pela OMS: O cuidado paliativo é a abordagem que visa a promoção da qualidade de vida de pacientes e seus familiares, através da avaliação precoce e controle de sintomas físicos, sociais, emocionais, espirituais desagradáveis, no contexto de doenças que ameaçam a continuidade da vida. A assistência é realizada por uma equipe multiprofissional durante o período do diagnóstico, adoecimento, finitude e luto.

Os profissionais que atual são: médico, enfermeiro, psicólogo, assitente social, fisioterapêuta, nutricionista, capelão.


Os cuidados paliativos tem o objetivo de ofertar qualidade de vida em todas as fases de uma doença crônica limitante e progressiva. Entende que o paciente é mais do que uma doença, que sempre há algo mais a ser feito mesmo quando a medicina já chega ao seu limite curativo.

A melhora da qualidade de vida foi comprovada em ensaios clínicos em população de pacientes oncológicos que receberam precocemente esses cuidados, outros benefícios avaliados foram: melhora de humor e depressão, satisfação do paciente e familiares, redução de admissões hospitalares, redução do luto prolongado, melhora do entendimento do prognóstico e até aumento de sobrevida global nos pacientes que receberam atendimento de cuidados paliativos comparado aos que receberam o tratamento padrão, sem a abordagem multidimensional.


“Os Cuidados Paliativos visam aliviar o sofrimento em todos os estágios da doença e não se limita ao cuidado no final de vida.”


Cada paciente carrega uma história de vida, crenças espirituais, uma base familiar, carrega traumas, expectativas, medos, e a equipe de cuidados paliativos vem para abraçar esse paciente como um todo, olhando cada âmbito de sua vida e de seus familiares.


Além do olhar multidimensional, essa especialidade vai além, orientando e planejando junto com os pacientes e familiares as preferências e intervenções que serão ou não realizadas quando o paciente se encontrar nas fases mais avançadas da doença através das diretivas antecipadas de vontade e o plano de cuidados (quando a família precisa responder pelo paciente).


O paternalismo, em que o médico decidia exclusivamente sobre o tratamento, cedeu espaço para a autonomia, em que o desejo do paciente é prioridade desde que não desrespeite o código de ética médica.”


Para auxiliar os profissionais de saúde a detectar pacientes com necessidades de cuidados paliativos existem instrumentos validados como o Necpal e SPICT-BR.


Em resumo, negar ao paciente o cuidado paliativo é uma falta grave, muitas vezes não propositalmente, mas por ser uma falha em nossa formação e falta de informação e um estigma muito grande dos profissionais da saúde e da população.


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Nem tudo que é cientificamente possível é eticamente aceitavél’’

 
 
 

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Dra. Gizela Kelmann | Médica Geriatra | Santos-SP

Al. Armênio Mendes, 66 - sala 2814 - Aparecida, Santos - SP

©2022 por Dra Gizela Kelmann- Geriatra

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